sexta-feira, 25 de junho de 2010

Amadurecer e Cantar

Não tenho motivo algum em especial para escrever hoje. Inveja, talvez. Inveja de bons escritos que andei lendo por aí. As coisas me tocam e imediatamente quero expressar-me também. Tenho pouco o que dizer... a não ser pelo tanto que tenho feito por mim, pelo tanto que a vida tem se mostrado agradável, nada mais há que valha a pena referir-me.
Mas estou feliz!!
Porque acho que os 30 anos finalmente mostram-se para mim... como a época do maior amadurecimento, de melhor compreensão, aceitação, de melhor deleite.
Acho que somente agora, 8 meses depois de ter completos estes tais 30 anos de vida, começo, de fato, a desfrutar deles.
Vejam quantos ganhos:
Casei-me;
Mudei de emprego duas vezes, sendo que na segunda finalmente encontrei um lugar para onde tenho prazer em me dirigir todos os dias úteis (quem foi que inventou que sábado e domingo, ao contrário de úteis, seriam o inverso?).
Voltei a fazer uma das coisas que mais gosto no mundo: cantar
Encontrei em mim a humildade que faltava para enfrentar o fato de que não nasci pronta. E agora consigo encontrar disponibilidade para aperfeiçoar-me, para estudar. Que alívio! A vergonha já não me assola... posso parar de fingir! Que sou ótima, que tenho paciência, que sei cantar. Não me cabe mais o papel da criança que não aceita abrir mão de nada para ter o que precisa e quer. Como diria sabiamente meu grande mestre Antônio Guerreiro, é preciso RALAR (ele gostava muito de enfatizar isso nas aulas... inclusive nos fazia atentar para a interessante peculiaridade da palavra: percebam que ela é a mesma, lida da esquerda para a direita ou o contrário, ou seja: não tem como escapar!). Essa semana em delicioso jantar com ele e meu irmão, falando sobre isso, rimos muito pela felicidade do momento, e pela lembrança dessa aluna que vos fala.
Hoje aceito o fato de que não vai cair do céu de presente de Deus o maravilhoso cantar... eu sempre soube, mas até aceitar... me tomou vários anos! Benditos anos! A distância foi necessária, o sofrimento também. Foi doloroso, mas acredito que agora sim, poderei apoderar-me da música e ela de mim. Pelo prazer do fazer. Pela beleza e benção. Através da verdade da minha dedicação.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mudanças... boas mudanças!!

Se um rio não é o mesmo quando passa por ti aqui e mais adiante, porque haveria eu de ser a mesma, se por dias e dias vivi outra vida e agora outra pessoa me tornei? Sou a mesma, e mesmo assim não sou. Contigo acontece o mesmo.

É a beleza da vida.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Renascer

Depois da quase morte, da meia-vida, um vislumbre de primavera se faz, enfim.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Inconsciente

Incrível como pode ser tão desconhecida nossa real razão para fazer as coisas. O tão falado e afamado inconsciente rouba de mim várias explicações importantes, necessárias, essenciais. Em que parte do caminho perdi acesso a isso? Em que tropeço fiquei parada, presa, empacada? Qual pedra me tirou o chão? Que dor fica aqui a martelar sua repercussão, insistente, crescente, porque inconsciente?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Em direção aos 30, mas em que sentido?

Aproxima-se o grande dia em que finalmente terei 30 anos. Tempos atrás, ainda adolescente, em contagens infantis e inocentes, pensava: em 2009 terei 30 anos. Caramba!! Como pareciam longínquos esses dias e como hoje parece que foi há tão pouco tempo atrás o devaneio juvenil. Está sendo estranhíssimo fazer 30 anos! Estava esperando me sentir mais "mulher", mais satisfeita, mais realizada, mais gostosa..... que nada!! Vi outro dia uma capa de revista estampada com uma dessas globais dizendo: "Melhor fase da vida: une a maturidade emocional e a jovialidade do corpo". Jovialidade do corpo de quem, cara pálida?!! Já sinto os sinais inevitáveis do tempo... uma ruguinha aqui outra ali, uma dificuldade maior em perder peso, a celulite insistente que não larga mais das minhas pernas... é triste. E por outro lado, uma dificuldade maior de arranjar tempo pra mim, pro meu lazer, pro meu doce e deleite. Está estranho e eu não quero parecer ranzinza, pessimista ou algo assim... mas estou me dando conta de que nada fora de mim vai mudar enquanto dentro não deixar de ser a mesma menina que fui até hoje. E, juro, quero deixar de ser. Quero crescer onde ainda não cresci, quero ser mais forte e corajosa, quero ser mais independente e sociável. Contava com a ajuda psicológica do redondo do número "30", mas a ajuda não veio... ou pelo menos ainda. Quem sabe depois de depois de amanhã, quando de fato começarei a viver meu 31º ano de vida? Não sei...
Vai ter festa, bolo e samba. Vai ser legal comemorar, como minha mãe disse: tenho casa nova, emprego estável, namorado novo... está tudo bem.
Tenho um pouco de vergonha de mesmo assim, sentir algo fora do lugar, que incomoda... tenho vergonha de me confessar insatisfeita... de ser um poço sem fundo de incompletude.
Pensando bem, quem não é? Mas sinceramente, queria ser especialmente diferente de "todo o resto". Mas pensando bem, quem o é?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Solidão III - Clarice, quando crescer quero ser que nem você!

"...Que minha solidão me sirva de companhia.
Que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo."
Clarice Lispector

Solidão II

Sei que muitos já escreveram sobre isso... não faz mal. Pra mim será a primeira vez. Venho dizer sobre o sentimento inevitável da solidão. Sobre o momento em que a descoberta desta condição nos cai sobre os ombros, cabeça, consciência, sobre todos os corpos.

Me aconteceu recentemente. Senti no osso o peso da solidão, da incapacidade que temos de dividir em certos momentos. Não por não ter com quem, não. Por não poder. Por ser impossível. Tem certas coisas que a gente faz sozinho, a gente decide sozinho, a gente sofre sozinho.

Ouvi dizer uma vez algo real: "do olho pra dentro, somos sozinhos." Dividimos com o mundo o que está fora, mas o de dentro ninguém compartilha. Nem por palavras, nem por toques, nem por nada. É particular, somente meu e seu, incompartilhável. A gente não sente junto. Sentir é solitário. Viver é solitário.