Hoje o dia é cinza, triste, mas dentro de mim um sol enorme briga por um lugar! O encontro foi lindo e cheio de carinho, a despedida sem dramas, mas uma dor indisfarçável se fez notar nos olhares de nós dois.
A vida é complicada ou divertida? O amor basta? Te faço feliz desse jeito? Sou capaz de assumir inteira responsabilidade por minhas escolhas? Qual o preço a se pagar pela tão falada “vida adulta”?
Será que encontro agora o colo que sempre quis nos teus braços? Será que consigo agora falar de mim sem medo da reação? Será que teu amor me ensinou?
Será que o medo que tenho de tudo dar errado de novo, de nos perdermos no emaranhado de nossas diferenças, é maior do que a vontade de dizer: “esquece tudo o que eu disse, esquece essa distância, volta pra mim agora!”?
Pela primeira vez na vida a razão tem se sobreposto à emoção. O que será que isso quer dizer? O que a maturidade matou da criança impulsiva que havia em mim?
Por que me precipitei em colocar outra pessoa nesse caminho? Por que magoar os outros é mais grave do que ferir a mim mesma? Será que é?
Posso ficar aqui por uma vida inteira formulando perguntas, me afogando nelas. Mas não vou... vou fazer o que tenho feito... vou seguindo, sentindo, observando... olhando lá pra dentro, tentando separar o joio do trigo, o ilusório do real, o possível do improvável, o que eu quero do que eu não quero. Putz! Estes são os mais difíceis!
Não tenho condição alguma de ceder à pressão, qualquer que seja, minha ou de outros, por ter certeza. Eu não tenho certeza, ora bolas!! Talvez jamais tenha. Mas em algum momento crucial terei sim que chegar a uma definição, a alguma decisão firme que me permita dizer, “é isso”. Chorar a perda, sacudir a poeira, seguir em frente. Um sábio conselho uma vez chegou a mim: “Se você não for capaz de decidir, a vida decide por você.” Tenho que confessar que cobro de mim essa decisão. Faz parte, na minha opinião, da difícil tarefa de se tornar adulta a capacidade de assumir responsabilidade por minhas escolhas. Eu quero ser capaz de fazer isso, embora agora me custe tanto, tanto.
Deus, ajuda por favor?
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