É comum mulheres na minha faixa etária começarem a sentir o famoso relógio biológico intensificando seu tic-tac, alertando-as sobre o curto tempo restante até colocarem em prática o glorioso momento da maternidade. E eu, como já disse antes e confesso sem nenhum problema, não sou diferente de ninguém. Alterno fases de uma vontade incrível de ser mãe com outros em que me toma uma racionalidade ímpar dizendo: "imagina! você não dá conta nem de si mesma..."
Pois é. Não dou mesmo. Dia desses fui almoçar com um amigo querido e veio à tona o assunto da novidade mais fresquinha da minha vida: estou morando sozinha. Ele, na minha faixa etária, chegando aos 30, disse que não entende uma decisão dessas! Morar na casa da mamãe é tão bom!! Pra que sair? Foi aí que me saí com uma resposta surpreendente, que me veio somente naquele momento, mas que depois me fez pensar no assunto. Eu disse: "já estou com quase 30 anos, daqui a pouco vou querer ser mãe. Preciso aprender a cuidar de mim, porque vou ter que dar conta de uma família. Já imaginou aprender tudo-ao-mesmo-tempo-agora?" Mas não é mesmo? Sei que muita gente aprende tudo ao mesmo tempo, mas eu sinceramente prefiro me preparar no que for possível.
Outra coisa relacionada a este assunto que me ocorreu essa semana foi o relato de uma amiga. Ela disse que está recebendo pressões familiares para congelar óvulos. Caraca!! Já pensou? A gente agora ainda por cima nem dos próprios óvulos tem propriedade sem que a família meta o bedelho. Mas pra quem não tem relacionamentos nem perspectivas matrimoniais pela frente, bem que pode ser uma boa saída. Se bem que eu sou muito a favor do padrão tradicional de família: papai, mamãe e de preferência irmãozinhos, pelo menos um. Triste demais ser filho único nesse mundo.
Mas isso tudo pra dizer que hoje me deu um ataque de desejo de maternidade. Não me lembro bem como, nas minhas viagens pela internet, cheguei a umas reportagens sobre mães que dão banhos em seus bebês em baldes, em vez de banheiras. E achei essas imagens lindas...
É ou não é pra morrer de vontade de ter um desses?
Tenho ouvido pessoas se perguntando se vale mesmo a pena colocar mais um sofredor nesse mundo cão. Outras, mais otimistas, dizem que temos sim que colocar, para que sejam elas as responsáveis pela transformação do mundo em um lugar melhor. Eu ainda não sei se concordo com um ou com outro, ambos têm seus pontos de razão... eu sei que quero ter um filhotinho, para dar a mais alguém o direito de fazer da sua vida o que lhe convier, para ajudá-lo com meu amor e apoio, para ver um ser humano crescendo e amadurecendo, para participar da humanidade como alguém que reproduziu seus valores e sentimentos, mesmo que às vezes imperfeitos e feios, para ser alguém com coragem o suficiente para ter responsabilidade por aquela vida por tantos anos, tantos quanto necessário. Para aprender e crescer ensinando o que já aprendi, mostrando o mundo a um serzinho que me escolheu como guardiã nesta estada temporária.
Eu quero.
Um comentário:
Muito bonito este post.
Que bom que veio logo depois do ultimo que era de uma "amargura impar".
Postar um comentário