segunda-feira, 27 de julho de 2009

Enfim

E enfim deu-se a despedida. Amarga, triste como a maioria delas. O amor não foi possível como forma de adeus. A decepção, essa sim, nos foi a companheira eleita, possível, cruel.

A decisão foi tomada, da forma mais feia e humana. A humanidade é feia e precária e imperfeita, como a decisão naquele sábado à tarde.

O tempo passou... o sentimento aos poucos vai tomando outra forma... mas e o amargor? O que fazer com ele? Em que transformá-lo? Como lidar com o incômodo da decepção?

Sara, dor!! Sara logo!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Encontros e desencontros

Hoje o dia é cinza, triste, mas dentro de mim um sol enorme briga por um lugar! O encontro foi lindo e cheio de carinho, a despedida sem dramas, mas uma dor indisfarçável se fez notar nos olhares de nós dois.

A vida é complicada ou divertida? O amor basta? Te faço feliz desse jeito? Sou capaz de assumir inteira responsabilidade por minhas escolhas? Qual o preço a se pagar pela tão falada “vida adulta”?

Será que encontro agora o colo que sempre quis nos teus braços? Será que consigo agora falar de mim sem medo da reação? Será que teu amor me ensinou?

Será que o medo que tenho de tudo dar errado de novo, de nos perdermos no emaranhado de nossas diferenças, é maior do que a vontade de dizer: “esquece tudo o que eu disse, esquece essa distância, volta pra mim agora!”?

Pela primeira vez na vida a razão tem se sobreposto à emoção. O que será que isso quer dizer? O que a maturidade matou da criança impulsiva que havia em mim?

Por que me precipitei em colocar outra pessoa nesse caminho? Por que magoar os outros é mais grave do que ferir a mim mesma? Será que é?

Posso ficar aqui por uma vida inteira formulando perguntas, me afogando nelas. Mas não vou... vou fazer o que tenho feito... vou seguindo, sentindo, observando... olhando lá pra dentro, tentando separar o joio do trigo, o ilusório do real, o possível do improvável, o que eu quero do que eu não quero. Putz! Estes são os mais difíceis!

Não tenho condição alguma de ceder à pressão, qualquer que seja, minha ou de outros, por ter certeza. Eu não tenho certeza, ora bolas!! Talvez jamais tenha. Mas em algum momento crucial terei sim que chegar a uma definição, a alguma decisão firme que me permita dizer, “é isso”. Chorar a perda, sacudir a poeira, seguir em frente. Um sábio conselho uma vez chegou a mim: “Se você não for capaz de decidir, a vida decide por você.” Tenho que confessar que cobro de mim essa decisão. Faz parte, na minha opinião, da difícil tarefa de se tornar adulta a capacidade de assumir responsabilidade por minhas escolhas. Eu quero ser capaz de fazer isso, embora agora me custe tanto, tanto.

Deus, ajuda por favor?

quinta-feira, 5 de março de 2009

Feminino

"Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida
Fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha"

Clarice Lispector

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Da falta do que fazer que gera inevitavelmente um sentimento de falta de sentido na vida

Sou uma pessoa dada ao ócio. Adoro não fazer nada, ou fazer coisas inúteis, como ver televisão por horas seguidas, zapeando sem compromisso. Mas existem ócios e ócios... O ser humano – pelo menos a maioria deles – tem a peculiar necessidade de sentir-se útil e produtivo. Precisam encontrar sentido na prática de suas atividades cotidianas; sentido este que passa a ser o norte para a vida e a existência. Eu, como era de se esperar, não sou diferente de ninguém. Preciso fazer coisas que preencham e dêem sentido à minha vida, que me motivem a continuar fazendo mais e mais coisas ligadas à minha essência, ao meu caráter, aos meus interesses.

Mas o ser humano precisa também sobreviver ($$$$$$$$$$$$). Precisa trabalhar para ganhar o pão de cada dia. Muitos fazem dessa atividade o sentido de suas vidas. Não é o meu caso. Gostaria muito de me sentir preenchida por minha atividade profissional. Gostaria de alimentar minha alma com o fruto do meu trabalho. Mas não acontece comigo dessa maneira. Muitos dizem que a vida adulta é assim mesmo: fazer coisas de que não gostamos, mas que temos que fazer. Será? Eu penso que pra tudo nessa vida tem um preço. Eu poderia – talvez até ainda possa, quem sabe, um dia, encontrar um resultado satisfatório para essa equação – tentar trabalhar com arte e viver na incerteza financeira. Eu podia ser professora e viver insegura e infeliz. Eu podia vencer toda minha preguiça e estudar o suficiente para me tornar uma instrumentista decente. Mas eu preferi mudar de área. E conquistar a tal da estabilidade financeira. Hoje eu não ganho muito, mas tenho um emprego de carteira assinada. Se eu continuasse na carreira artística, talvez estivesse com o mesmo dinheiro, com menos, com mais, como saber? E poderia estar mais feliz. Ou não... Como saber?

O que eu sei é que atualmente minha profissão não me deixa feliz nem ao menos um pouquinho. Tenho sinceras esperanças de que isso venha a mudar ou melhorar. Pelo menos um pouquinho. Estou aterrada em ócio compulsório. Não sou dona do meu tempo. Às vezes acho que vendi minha alma ao diabo corporativo. Mas a vida me ensina a ter paciência. E a investir o pouco tempo que me resta (pouco mesmo...) em mim, em minha essência, em meu amor por mim e pelos outros. E seguir em frente. Quem sabe um dia não fico um pouquinho mais satisfeita com o trabalho?
Sou feliz, tenho apenas algumas dificuldades! ;)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

TPM

Hoje o post não tem nada de edificante, criativo ou divertido. Estou aqui com o simples propósito de descarregar todo o ódio que o ser humano do sexo feminino é capaz de sentir nos dias que antecedem sua menstruação. Ou pelo menos eu.

Meu namorado diz que é apenas uma desculpa para poder ser mal educada e grosseira com os outros. Embora sirva muito bem esse propósito, juro por tudo que é mais sagrado que não é isso. E se não quiserem acreditar vão todos pra @#&*$ antes que eu me esqueça!

TPM é um assunto muito sério. E real. Que atire a primeira pedra quem nunca sofreu com isso. Todo mundo tem mãe, logo, sabendo ou não, você já sofreu as conseqüências por estar perto de uma mulher descontrolada que descarregou toda sua irritação sobre você sem que ao menos você tenha feito alguma coisa para merecer.

Hoje estou assim. Ainda bem que não vou encontrar meu namorado. Os primeiros sintomas apareceram esta manhã quando, enquanto tomava banho, minha mãe ditava sua redação semanal do curso de inglês em português para que eu traduzisse. Vocês sabem como é difícil ouvir o que uma pessoa fala quando você está no Box e ela do lado de fora. A água faz muito barulho e ela disse muitos e muitos “quêêêê?!!!!!!” quando eu ditava as palavras. Quase morri de ódio. Escrevia as palavras impacientemente no vidro para ela entender. Que raiva!!

Logo mais, ao chegar ao trabalho, olhei com profundo sentimento de desprezo para todos a minha volta e quis com todas as minhas forças voltar pra casa. Cada um que vinha me dar bom dia recebia uma resposta educada de minha parte, mas só Deus sabe os pensamentos que passaram pela minha cabeça. Impublicável. Vai que algum deles descobre esse blog e lê isso aqui... eles não merecem, coitados. Mas a verdade é que senti sim, ódio por muita gente hoje. E fui cruel, e julguei, fui preconceituosa, quis pedir demissão, tudo isso em uma manhã... é ou não é pra ficar maluca? Queria muito ter podido externalizar o desejo de mandar todos pra P!#$%¨& que P¨&*%&#. Mas ainda bem que eu sou uma mulher controlada e não fiz nada disso.

Agora nada mais me resta senão guardar para mim mesma os sentimentos de hostilidade e esperar passar. Ainda bem que passa!

Tenham todos um bom dia longe de alguém na TPM ;)
E desculpem qualquer coisa...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

São Francisco

São Francisco
Vinícius de Moraes/Paulo Soledade

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
De pé descalço
Tão pobrezinho
Dormindo à noite
Junto ao moinho
Bebendo a água
Do ribeirinho.

Lá vai São Francisco
De pé no chão
Levando nada
No seu surrão
Dizendo ao vento
Bom dia, amigo
Dizendo ao fogo
Saúde, irmão.

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
Levando ao colo
Jesus Cristinho
Fazendo festa
No menininho
Contando histórias
Pros passarinhos

Oração de São Francisco

Senhor, fazei de mim instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio que eu leve o amor
Onde houver ver ofensa que eu leve o perdão
Onde houver discórdia que eu leve a união
Onde houver dúvida que eu leve a fé
Onde houver erro que eu leve a verdade
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver tristeza que eu leve a alegria
Onde houver trevas que eu leve a luz

Oh, Mestre!

Fazei que eu procure mais:
Consolar que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive pra vida eterna

Que assim seja!!


Costumo ouvir essa oração nos momentos de luto, quando da morte de alguém. Porém, acredito que embora a mensagem da vida eterna esteja absolutamente presente, me parece um desperdício associá-la somente a esses momentos tristes. Recentemente uma amiga abriu meus olhos à beleza dessa oração. É um exercício de humildade e desapego, é uma súplica para que sejamos instrumentos da paz de Deus, seus aliados. Me emociona. Tenho começado e terminado meus dias com essa oração. E que seja feita a vontade Dele, antes da minha.

Dos dias cinza e tristes

Hoje o tempo lá fora me leva a escrever sobre a melancolia que os dias cinza me fazem sentir. Os tons claros e pálidos desses dias trazem uma aura triste, uma preguiça de ser e agir, um sem-vontade de estar no mundo e pertencer a ele. Tenho desejo de ficar no recanto seguro e quente da minha casa, especialmente da minha cama. Comer coisas aconchegantes, ver filmes ensolarados e saborear uma sopa acolhedora. Falar com aqueles que amo pelo telefone, estar com aquele que me escolheu por mais tempo que o normal. Estar e ser o mais simples possível, quase me esconder. Do tempo triste, do sentimento triste, do mundo triste. E do que há de triste em mim.

Pra depois renascer. Que nem flor.